Promoção: É realmente o gestor quem define?
Você está em um momento no trabalho em que sente que merece um aumento de salário ou uma promoção para um cargo melhor? E o que é preciso fazer para conquistar esse aumento ou crescer dentro da empresa onde você atua? Será que você tem clareza do que realmente deseja ao buscar uma mudança de área? Vamos juntos conversar sobre esse tema e tentar evoluir mais um pouquinho?
Wictor Mariano
6/22/20257 min read


Antes de falarmos sobre nossa responsabilidade enquanto trabalhadores a respeito do tema “aumento e promoções”, precisamos analisar as empresas em que trabalhamos. Seria ingenuidade da minha parte desconsiderar essa questão, porque, infelizmente, em nosso país ainda há muito amadorismo no que tange à administração das empresas. Se você trabalha em uma empresa que explora o colaborador, e você já fez tudo o que deveria fazer e, mesmo assim, as pessoas não são reconhecidas e as condições de trabalho são péssimas, procure emprego em outro lugar. Eu acredito que uma parcela da responsabilidade por empresas ruins continuarem sendo dessa forma com seus colaboradores é das próprias pessoas que aceitam esse tipo de tratamento — seja por necessidade, seja por não conhecerem uma realidade diferente.
Porém, tome muito cuidado para não achar que, se você não cresceu profissionalmente, a culpa é da empresa por ela ser ruim! Nosso ego e a falta de autoconhecimento podem nublar nossa visão nesse julgamento. Lembre-se sempre: é muito difícil (ou até impossível, em alguns casos) mudar algo que não seja nós mesmos. Dessa forma, sempre vou escrever pensando no que nos cabe, no que podemos fazer para mudar positivamente nossa realidade. Nos aprimorar é uma opção. Depois de ter feito tudo o que era possível, procurar outro emprego também é.
Penso que nossa superficialidade sobre as coisas acaba nos atrapalhando muito. Algumas vezes, fico observando um aglomerado de pessoas indo para lá e para cá e, mesmo se movimentando, tenho a impressão de que não estão saindo do lugar. Vendo de fora, parece que vivem como em uma grande granja. Todo mundo falando ao mesmo tempo, indo daqui para ali, mas dentro de um cercado, querendo mais ração, botando ovos e sendo abatidos.
Da mesma forma, vejo a maioria dos jovens no trabalho. Sempre com uma necessidade insaciável de ganhar aumento e trabalhar no escritório! E querem, porque querem e pronto. Na mente dessas pessoas, são sempre as melhores opções. Na mente dessas pessoas, a empresa está errada por não tê-los promovido antes. Na mente dessas pessoas, são totalmente especiais, e um cargo de prestígio e um salário robusto seriam seus direitos natos! E coitado do gestor se alguém que não seja essa pessoa ganhar um aumento ou mudar para uma área melhor. Se for um homem, é puxa-saco; se for uma mulher, é porque tem caso com o chefe.
Coloque na sua cabeça que, em uma empresa minimamente organizada, o gestor não dá aumento para ninguém! Existem diversos requisitos que precisam ser cumpridos para que um colaborador receba um aumento. Esses requisitos, obviamente, variam entre uma empresa e outra e de acordo com a complexidade do trabalho. Para que um colaborador receba um reajuste salarial, ele precisa atender com maestria a todos esses requisitos. Nesse caso, o gestor é apenas a pessoa que irá avaliar se esse colaborador possui condições de dar os próximos passos em relação às categorias dentro do seu cargo. E também é muito comum que se atrele um determinado tempo entre uma categoria salarial e outra. Considero essa questão cronológica muito importante, para que se evitem considerações prematuras ou tendenciosas por parte do gestor. É preciso lembrar que, quando alguém é promovido, não há mais volta! Se a pessoa não corresponder ao novo salário e não houver onde realocá-la com aquele valor, essa pessoa terá que ser demitida. Por esse motivo, há sempre muita cautela para promover alguém. É um evento de muita responsabilidade.
Pois bem. Quero um aumento salarial! O que devo fazer? Primeiro, avalie a função que ocupa hoje. Verifique com seu gestor ou com o RH quais são os requisitos para mudar de categoria dentro do cargo que você já ocupa. A maioria das empresas utiliza três categorias para remunerar os cargos operacionais — como, por exemplo, operador I, II e III. Cada categoria tem um salário maior que a anterior, além de responsabilidades e conhecimentos mais elevados.
Aprenda tudo o que há para saber sobre a função que ocupa. Você pode fazer isso com a orientação do seu gestor, com colegas mais experientes, em treinamentos internos, pesquisando por conta própria ou até mesmo fazendo cursos particulares. Isso mesmo! Você também precisa investir na sua carreira! Não espere que uma promoção caia no seu colo.
Se seu objetivo é mudar de área, entenda o que a área que você pretende ocupar faz de verdade. Normalmente, as pessoas são muito superficiais. Por exemplo: “Quero trabalhar no setor de Compras da minha empresa.” O que o setor de Compras faz? Compra! Não é bem assim... Existe um sistema operacional, existem diversas ferramentas importantes e totalmente relacionadas ao setor — como lead time, estoque mínimo, cotação, logística, etc. Nesse mesmo exemplo: você sabe se o setor de Compras tem contato direto com outro país e se você precisará falar outro idioma? Você sabe se precisará buscar materiais ou visitar fornecedores e, para isso, precisará de CNH? Você consegue se virar no Excel? Você tem passaporte? Percebe que não é “só comprar”?
Outro ponto muito importante é o relacionamento. Talvez seja o mais importante de todos. Seja agradável com as pessoas. Arranque um sorriso de alguém sempre que tiver oportunidade! Ajude seus colegas de trabalho. Ensine os mais inexperientes que você. Lembre-se: quem ensina está aprendendo ainda mais. Quando seu gestor o chamar a atenção, reflita sobre o seu erro, seja grato pela orientação, não fique carrancudo ou dando alfinetadas por dias. Se a empresa pedir para você ajudar em alguma atividade diferente, vá com boa vontade. Quem não é visto, não é lembrado! Se precisar fazer hora extra um dia ou outro, faça! Se pediram, é porque precisa; ninguém vai querer pagar a mais sem necessidade.
Algumas pessoas deixam para serem eficientes e gentis quando estiverem em um bom setor e ganhando um bom salário. Já escutei: “Vou trabalhar pelo que me pagam”, e também: “Do jeito que vem, vai; não engulo sapo.” Essas pessoas nunca chegarão a um bom setor e nunca ganharão um bom salário! Os jovens precisam entender a ordem das coisas. Primeiro você faz, depois ganha. Primeiro você é, depois tem. Se você quer ganhar mais, faça mais do que ganha para fazer — bem feito e com carinho. Se você recebe um feedback negativo, não é “engolir sapo”; é um norte para que corrija sua trajetória, melhorando seus resultados e seu convívio com o grupo.
Dica de ouro: boca fechada não entra mosca! Não fique criticando. Não fique fofocando. Não fale mal da empresa, do seu gestor ou dos colegas de trabalho. Tudo o que mais alguém sabe não é segredo. Cedo ou tarde, alguém vai ficar sabendo — e não vão mais confiar em você. Se tem um problema com alguma coisa, proponha uma sugestão inteligente para o seu gestor. Falar pelas costas, além de não resolver, vai criar uma barreira nas relações e um estereótipo sobre você.
Por esse motivo, não consigo ver outra forma de trabalhar que não seja trazendo a responsabilidade de tudo para mim mesmo! Não espere que o mundo mude para combinar com você. Se é você quem deseja alguma coisa, é você quem deve se adequar! Não é o seu gestor quem irá lhe promover, é você mesmo.
Quando você trabalha em uma área produtiva e deseja migrar para os setores administrativos, já parou para pensar por que tem esse desejo? Em muitos casos, acredito que seja apenas por ego. Os setores administrativos aparentam uma liberdade que não é real! Como vemos as pessoas andando, com celulares ou tomando um cafezinho, pensamos que podem trabalhar de qualquer jeito. A responsabilidade desses trabalhadores é muito grande — em alguns casos, muito maior do que nas áreas produtivas. Se há uma real identificação com a atividade, acho muito válido querer trabalhar em qualquer área. Mas sinto que, na maioria dos casos, as pessoas nem sabem o que é a função e se deixam seduzir pelo ar-condicionado e pelo cappuccino. E, quando conseguem, logo se frustram, porque não era nada do que esperavam. As relações são muito mais complexas e sutis — e acabam se desligando da empresa. Sempre busque um trabalho que lhe permita desenvolver suas aptidões, onde você se sinta bem e possa ser feliz. De repente, a grama do vizinho é mais verde porque ela é sintética. Tome cuidado com o que deseja! Se você é muito bom naquilo que faz e está feliz, não se deixe iludir por adereços.
Hoje eu tenho uma equipe muito boa — em todos os sentidos. Mas, ao longo dos meus oito anos como gestor, já tive pessoas muito complicadas para gerir nesse aspecto. Já tive colaboradores que reclamavam para ganhar aumento e não sabiam ligar um computador — sendo o computador uma ferramenta de trabalho essencial para a mudança de categoria. Já tive colaboradores que iam prestar serviço em outras unidades e maltratavam as pessoas — e queriam aumento salarial porque acreditavam ser “os deuses da manutenção”, como se, sem eles, a empresa fosse fechar as portas. Não aja assim. Seja realista com você mesmo e procure sempre agregar onde quer que esteja. O dinheiro é consequência do seu esforço, do seu conhecimento, dos seus resultados, do seu comportamento e do seu relacionamento.
Seu futuro está em suas mãos!


Resumo
Promoção: É realmente o gestor quem define?
✔ Avalie se a empresa valoriza os colaboradores e, se não houver perspectiva, considere buscar novas oportunidades.
✔ Não culpe a empresa pelo seu não crescimento; busque autoconhecimento e foque no que você pode mudar em si mesmo.
✔ Conheça profundamente sua função atual e os requisitos para promoção, investindo no seu próprio desenvolvimento.
✔ Antes de desejar mudar de área, entenda a fundo as responsabilidades e competências exigidas no novo setor.
✔ Relacionamentos interpessoais, gentileza e disposição são diferenciais importantes no ambiente de trabalho.
✔ Feedbacks negativos devem ser encarados como oportunidade de melhoria, não como ofensas pessoais.
✔ Fofoque menos, proponha mais; assuma a responsabilidade pelo seu crescimento e seja proativo em sua evolução profissional.


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