Flexibilidade e Adaptabilidade: Acompanhe as mudanças e torne-se melhor com elas!
Quantas vezes estamos acostumados à determinada rotina e acontece alguma coisa inesperada e temos que fazer tudo diferente? Ou quantas vezes planejamos fazer algo em nosso trabalho e surge alguma necessidade ou recebemos um comando superior que muda absolutamente tudo o que havíamos planejado? Será que essa dificuldade em mudar repentinamente causa desconforto ou frustração apenas em quem é inflexível? E quando essas situações surgem, qual será a melhor forma de lidar com elas? Vamos juntos conversar sobre esse tema e tentar evoluir mais um pouquinho?
Wictor Mariano
6/29/20257 min read


Durante a maior parte da minha carreira, sendo totalmente honesto, eu sempre tive muita dificuldade com mudanças. Detestava situações que fugissem do meu controle ou que fossem inesperadas. Isso acontecia até mesmo no campo pessoal. Em determinado ano, fizeram uma festa surpresa para comemorar meu aniversário e esse evento me contrariou enormemente. Apesar da boa intenção, não era nada do que eu havia planejado para essa data.
No trabalho, então, o sofrimento era ainda maior. Aniversário, pelo menos, é uma vez por ano, rsrs. Para fechar o dia, eu deixava agendado tudo o que minha equipe deveria fazer no dia seguinte: horários, atividades, feedbacks, reuniões. Bastava eu colocar o pé na empresa e algo totalmente aleatório acontecia, bagunçando todo o dia. As atividades programadas que eu havia passado para a equipe iam para o brejo, e o trabalho controlado e harmonioso que eu havia planejado virava caos, correria e estresse. Quantas vezes eu definia um layout para o setor ou organizava atividades, e meu superior vinha com um comando totalmente antagônico ao que eu e minha equipe havíamos feito?
Foram muitos e muitos anos sofrendo (literalmente) com esse tipo de situação. Nunca permiti que algo que devesse ser feito fosse deixado de lado. Tampouco permiti que minha equipe se recusasse a fazer algo inesperado ou a acatar uma ordem superior. Se algo inesperado acontecia na minha área, nós resolvíamos. Se havia alguma ordem contrária às atividades, nós atendíamos. Mas o sofrimento que eu sentia era real — totalmente particular, mas real.
De repente, você pode estar pensando que isso não é uma questão de flexibilidade e adaptabilidade, mas sim de comunicação. Preciso acrescentar que, nesse caso, não é. Se você tem lido as postagens anteriores, já deve saber que, para o desenvolvimento profissional, precisamos sempre trazer a nós mesmos a responsabilidade pelas soluções daquilo que nos compete. Refiro-me a situações que nascem em outras pessoas ou processos, mas que acabam impactando diretamente nosso trabalho. Não posso controlar outros setores ou processos, mas posso controlar o meu setor e os meus processos. E mesmo que eu comunique que algo gera impacto negativo, ainda assim alguém precisa fazer o que precisa ser feito — e, quando me envolve, esse alguém sempre sou eu. E penso que todos que desejam avançar em suas carreiras devem pensar da mesma forma.
Quando havia alguma reunião para discutir mudanças que envolvessem minha área, já esperavam que eu fosse contra-argumentar, ser resistente. Algumas vezes, as mudanças eram apenas comunicadas a mim por algum "mensageiro". Decidiam coisas sobre meu setor sem que eu participasse, para evitar o desgaste de ter que me convencer. Na minha imaturidade, eu pensava que argumentava por exercício da inteligência e da democracia, mas era percebido como "do contra", aquele que sempre criava objeções. Na verdade, só queria evitar mudanças que quebrassem minha rotina ou meu controle. Eu culpava meu interlocutor e sua superficialidade argumentativa por minha exclusão, mas, no fundo, a culpa era minha.
Pois bem, há alguns anos, por acaso, encontrei um vídeo no YouTube da Professora Lúcia Helena Galvão, da Nova Acrópole. Nesse vídeo, ela falava sobre o estoicismo — uma corrente filosófica romana com uma forma totalmente diferente de lidar com os problemas e as percepções de mundo. No vídeo, Sêneca havia recebido uma carta de seu amigo Lucílio, queixando-se de estar doente e com medo de morrer. Sêneca respondeu (no que, para mim, soou como um "vira homem!") dizendo: “Você não sabia, desde que nasceu, que um dia iria morrer?” Fiquei muito surpreso, porque não é o que se espera que um amigo diga diante do sofrimento do outro.
Em seguida, descobri que um dos principais filósofos dessa corrente, Epicteto, havia sido escravo. Pensei: “Ah, claro, ele era escravo, então tem um pensamento conformista, porque era o que lhe cabia.” E, de repente, descubro que o filósofo estoico mais importante era um imperador — e não qualquer imperador, mas um dos maiores do Império Romano: Marco Aurélio! E dentre tudo o que ele disse, veja esse trecho tão importante:
“Começa a manhã dizendo a ti mesmo: hoje me encontrarei com um homem intrometido, um ingrato, um arrogante, um enganador, um invejoso, um antissocial. Todas estas coisas acontecem a eles por causa de sua ignorância do que é bom e do que é mal. Mas eu, que compreendo a natureza do bem e do mal, que sei, além disso, que este transgressor é meu parente — não pelo mesmo sangue e semente, mas por participação da mesma razão e da mesma partícula divina — eu não posso ser prejudicado por qualquer um deles, pois ninguém pode me fazer incorrer no que é reprovável, nem posso me irar contra eles, cuja natureza é tão próxima da minha.” Marco Aurélio.
Aprofundei-me nessa corrente filosófica com muito carinho, porque, afinal de contas, se ela servia tanto para um escravo quanto para um imperador, certamente poderia me ajudar também. De acordo com esse pensamento, não importa o que acontece, importa a forma como lidamos com o que acontece. Por exemplo, fiz meu planejamento para o dia seguinte, e, chegando ao trabalho, um colaborador me espera para pedir demissão. Não posso fazer nada para mudar sua decisão. Vou precisar redistribuir suas atividades, fazer horas extras, pedir um colaborador emprestado a outro gestor e abrir um processo seletivo. Essas ações vão acontecer de uma forma ou de outra — não tenho escolha. Mas se vou ficar frustrado, aborrecido, desmotivado ou sem dormir, isso é opcional. E só afeta a mim. Basicamente é isso que o estoicismo ensina. Essa nova forma de ver o mundo mudou totalmente a forma como reajo emocionalmente às imprevisibilidades.
Hoje, quando recebo alguma ordem que contraria meu planejamento, minha preocupação é em como fazer dar certo da melhor forma possível. Se ocorre algum imprevisto, por mais abrupto que seja, tento sempre agir da mesma forma. Há alguns anos tenho conseguido bons resultados e melhores relacionamentos agindo assim. Mas o mais importante, e que antes era imperceptível a todos: sem sofrimento.
Tudo muda o tempo todo. É arrogância pensar que se pode controlar tudo à nossa volta. Obviamente, a dose de sofrimento será maior para uns do que para outros. Mas é absolutamente natural não gostarmos de mudanças. Nosso cérebro é condicionado a economizar energia e fazer as coisas no automático. Então, toda vez que precisamos reagir a uma mudança, há sim essa sensação de desconforto e conflito. Não há nada de errado com você.
Porém, precisamos nos adaptar e sermos flexíveis às mudanças e necessidades. Existem animais extremamente sensíveis. Muitos já foram extintos, e muitos outros serão. Seja pela ação do homem, seja pela mudança climática, qualquer pequena alteração em seu bioma é suficiente para extingui-los. Não podemos permitir que isso aconteça com nossas carreiras! Precisamos ser como o falcão-peregrino! Ele se adaptou para viver nas cidades, se alimenta de animais urbanos como pombos, e usa prédios e torres de igrejas para fazer seus ninhos. A flexibilidade da madeira de um arco permite que as flechas sejam lançadas, mas o arco não se quebra nesse processo. Devemos ser assim também: flexíveis para atingir nossos objetivos!
Gosto de traduzir a flexibilidade como “dizer sim”. Dizer sim às necessidades dos outros setores, aos imprevistos nos processos, às ordens inesperadas. E gosto de traduzir a adaptabilidade como “aprendizado”: aprender com as situações para obter melhores resultados, com os relacionamentos que não estão funcionando no trabalho, com novas técnicas para aperfeiçoar processos, com novas formas de se comunicar para evitar conflitos desnecessários, e com a resolução de novos problemas.
E, quando penso nos dois termos juntos — flexibilidade e adaptabilidade —, gosto de pensar na ação positiva e inteligente. Por exemplo: se recebo sempre uma demanda faltando cinco minutos para o fim do expediente, vou trocar o horário de um colaborador para que ele entre uma hora mais tarde e saia uma hora mais tarde. Ressalvo novamente: não é um problema de comunicação, todos sabem o horário de funcionamento. Não posso mudar outro setor, e não posso ficar pagando horas extras porque outro setor é desorganizado. Como resolver? Atenderei à demanda (flexibilidade) e criarei um horário novo (adaptabilidade). Se tiver um funcionário que sempre chega atrasado, melhor ainda — ele vai achar ótimo trocar de horário e poder dormir uma hora a mais, rsrs.
Brincadeiras à parte, espero que esse exemplo sirva como ilustração de como a forma como encaramos as situações faz toda a diferença. Não se torture por coisas que estão além do seu controle. Mas faça tudo com dedicação e inteligência. Se você deseja prosperar no trabalho, precisa ser alguém que resolve com leveza — até porque você vai precisar estar bem para desfrutar das suas conquistas. Não importa a capacidade que você tem ou sua boa intenção: se for percebido negativamente, vai sofrer muito para crescer — se é que vai crescer. Desde que não seja errado, faça o que tiver de ser feito com um sorriso no rosto, um grande “sim” para a vida, e use sua mente para criar formas inteligentes de facilitar tudo e melhorar os resultados.
Indico a todos que desejem viver uma vida tranquila e de sucesso que pesquisem sobre estoicismo, especialmente com a Professora Lúcia Helena Galvão — ela é sensacional.


Resumo
Flexibilidade e Adaptabilidade: Acompanhe as mudanças e torne-se melhor com elas!
✔ Dificuldade com mudanças – Sempre tive resistência a situações fora do meu controle, tanto na vida pessoal quanto profissional.
✔ Sofrimento no trabalho – Imprevistos e decisões superiores conflitantes causavam frustração e estresse diário.
✔ Responsabilidade pessoal – Aprendi que, mesmo quando o erro vem de fora, cabe a mim encontrar soluções.
✔ Descoberta do estoicismo – Conheci a filosofia estoica por acaso e ela transformou minha forma de lidar com problemas.
✔ Mudança de postura – Passei a agir com foco em soluções, sem me desgastar emocionalmente com o que não controlo.
✔ Flexibilidade e adaptabilidade – Ser flexível é dizer “sim”; ser adaptável é aprender com as situações.
✔ Ação inteligente – Crescer na carreira exige leveza, inteligência emocional e atitude positiva diante dos desafios.


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