Excesso de Opções: Como a crença em diversas alternativas atrapalha nosso desempenho
Você já passou por situações difíceis no trabalho e se reconfortou pensando que, simplesmente, poderia trabalhar em outro lugar? E alguma vez já enfrentou um desafio realmente complicado e não deu o seu máximo por sentir que o esforço não valeria a pena? Será que agir como se sempre houvesse outras opções está, de fato, nos ajudando a nos desenvolver profissionalmente e prosperar? Vamos juntos conversar sobre esse tema e tentar evoluir mais um pouquinho?
Wictor Mariano
7/27/20256 min read


Essa semana, estava conversando com algumas pessoas da minha equipe. Estamos com uma demanda difícil no trabalho e temos identificado diversos erros de pessoas que falharam em algum momento de suas atividades. Nessa conversa, alguém me fez a seguinte pergunta:
"Por que tem gente ruim e boa para trabalhar?"
Sou gestor há quase nove anos. Eu nunca havia me feito esse questionamento. Como líder, sempre aprendemos que tudo de ruim que acontece no setor é culpa do gestor, e tudo de bom é mérito da equipe. Não aprendemos a atribuir falhas aos liderados. Quando alguém erra, é porque, em algum momento, eu não fiz meu trabalho como deveria ter feito: não treinei adequadamente, não acompanhei o suficiente, falhei na comunicação… não importa, alguma coisa errada eu fiz que permitiu que aquela pessoa tivesse um desempenho ruim.
Então, antes de responder à pergunta que me foi feita, calei-me por uns instantes e pensei sobre as pessoas que tiveram desempenhos muito ruins sob minha liderança. Elas foram treinadas, receberam feedbacks positivos quando acertaram e negativos quando erraram, seu trabalho foi inspecionado… sempre faço questão de manter uma comunicação acessível e clara. Enfim, tudo que é feito com um membro da equipe acontece com outro.
Então, por que alguns são excelentes e outros não?
Fugindo das individualidades, consegui pensar em algo que ocorria em comum com todos os que não eram tão bons assim: a crença em outras opções.
Esses colaboradores não tinham problemas cognitivos, possuíam conhecimento sobre o que deveria ser feito e como fazer, e eram, em sua maioria, boas pessoas. Porém, alguns estavam cursando áreas totalmente antagônicas ao trabalho ou ramo de atuação da empresa em que estavam; outros eram de famílias ricas ou tinham diversas fontes de renda.
Pensando nos meus melhores colaboradores, cheguei à conclusão de que eles não têm outras opções!
Por isso agarram com unhas e dentes o trabalho que têm e dão o seu máximo, porque dependem daquilo. Essas pessoas prosperam — tanto em salário quanto em cargo. Realmente fazem parte da empresa, se inteiram dos assuntos internos, dos produtos, dos processos dos outros setores. Enfim, criam raízes fortes dentro da empresa e galhos que atingem os céus!
Acredito que a necessidade seja um motivador fantástico para o crescimento profissional.
Me ocorreu uma personagem do seriado Todo Mundo Odeia o Chris, a Rochelle. Toda vez que ela conseguia um trabalho, na primeira coisinha que tirava a sua paciência, ela pedia demissão e dizia:
"Eu não preciso disso, meu marido tem dois empregos."
Era muito engraçado, mas há um ensinamento muito importante nessa fala.
Porque, enquanto ela podia largar o trabalho porque o marido tem dois empregos, o personagem Julius precisava ter dois empregos porque a esposa não tinha nenhum. rsrs
Ou seja, a falta de necessidade nela gerava fraqueza — a impedia de se desenvolver profissionalmente e ter independência financeira —, ao passo que o excesso de necessidade nele o levava a trabalhar como um louco para sustentar sua família. Ele era forte e independente.
É errado ter outros objetivos que não sejam relacionados ao lugar onde você trabalha? NÃO!
Você deve viver sua vida como desejar, desde que não prejudique ninguém no processo.
Mas, se você deseja ser reconhecido profissionalmente, prosperar dentro de uma empresa, trabalhar com excelência, isso significa que sua mente e sua energia devem estar totalmente focadas no que você está fazendo.
Se ficar alimentando o pensamento:
“Ah, daqui a pouco eu me formo e posso sair”, ou
“Não preciso desse salário, só estou aqui para minha família não me encher o saco”...
Desculpe, amigo, você NUNCA vai prosperar em nada!
No meu ponto de vista, se você se dispôs a fazer alguma coisa, faça com todo o seu foco, entusiasmo e energia.
Mesmo que tenha diversas opções (efetivamente reais ou só na sua cabeça), quando estiver em um trabalho, aja como se fosse a coisa mais importante do mundo.
De repente, nossa visão limitada nos impede de ver um processo como um todo dentro de uma organização. Mas o fato é que, dentro de uma empresa saudável, não pode existir nada que não seja importante.
Seu trabalho, mesmo que pareça muito simples, de alguma forma é importante para a existência da empresa como um todo.
Você pode ser a recepcionista de uma empresa. Pensando de forma limitada, seu trabalho é abrir a porta e atender ao telefone.
Pensando de forma sistêmica, seu sorriso, sua vibe e seu bom atendimento são o que vão preparar o terreno para a reunião que vai acontecer em seguida, com o cliente ou investidor que passou horas viajando até chegar à empresa — cansado e estressado.
Porém, se em sua cabeça você estiver pensando:
“Ai, que saco, ficar abrindo porta…”
“Essa droga desse telefone não cala…”
“Só tenho que aturar isso por mais seis meses, depois me formo e sumo daqui…”
Acredite em mim: você está prejudicando diversas pessoas e nem imagina.
Quero deixar claro que não sou contra, de forma alguma, alguém almejar outras coisas que não sejam relacionadas ao trabalho atual.
Será que estou me contradizendo? Não.
Busque o que quiser.
Porém, trabalhe como se não tivesse outra opção até seu último dia na empresa em que está!
Isso irá agregar valor ao seu nome, irá desenvolver em você senso de excelência, responsabilidade e dever.
E mesmo que você esteja pensando em sair, ou nem precise do seu trabalho, e não vá ganhar nada com um desempenho extraordinário (afinal, vai sair ou não precisa), SEJA EXTRAORDINÁRIO!
Por duas razões indiscutíveis:
O certo é fazer o certo, não importa o ganho em troca.
Uma boa pessoa não pode descansar a cabeça no travesseiro à noite sabendo que não fez o melhor que poderia ter feito.
Desejo que cada um de nós tenha uma boa vida — passamos a maior parte dela em nossos trabalhos. Por esse motivo, embora eu nem sempre consiga — e há quem diga que nunca — fazer algo bem feito, sempre tento fazer o melhor que posso.
No meu mundo, não é possível ser feliz sem o trabalho. E não consigo ser feliz acreditando que sou ruim naquilo a que mais me dedico.
Espero que, quando eu estiver velho, minha vida e minhas escolhas tenham sido corretas e tenham valido a pena. Pode ser que eu esteja errado, tenha escolhido errado e seja ruim em tudo que faço. Mas isso só o tempo dirá. O que sei hoje é que nunca seria feliz, mesmo por um segundo que fosse, se passasse pela minha cabeça que errei deliberadamente ou que fiz menos do que poderia por escolha, tendo condições de ter feito melhor.


Resumo
Excesso de Opções: Como a crença em diversas alternativas atrapalha nosso desempenho
✔ Nem sempre o desempenho ruim é culpa do líder, mas vale refletir com honestidade sobre o próprio papel.
✔ Alguns colaboradores não se dedicam porque acreditam ter outras opções fora dali.
✔ A necessidade costuma gerar foco, comprometimento e crescimento profissional.
✔ Quem não depende do trabalho tende a tratá-lo com menos seriedade e constância.
✔ Não é errado ter outros objetivos, mas é errado não se entregar ao que se comprometeu a fazer.
✔ Mesmo trabalhos simples têm grande impacto dentro de uma organização.
✔ Ser extraordinário, mesmo sem necessidade, revela caráter, ética e excelência pessoal.


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